Declaração de garantia
A BSD Consulting realizou a verificação independente do processo de elaboração do Relatório de Sustentabilidade de 2014 da KPMG no Brasil, desenvolvido de acordo com as diretrizes da GRI G4, opção “de acordo” essencial (Global Reporting Initiative). O processo de verificação aconteceu pelo quarto ano consecutivo e tem o objetivo de proporcionar às partes interessadas da KPMG no Brasil uma opinião independente sobre: a qualidade do relatório; os processos de engajamento com stakeholders; a aderência aos princípios da AA1000AS 2008; e a gestão de sustentabilidade da empresa.
Independência
Trabalhamos de forma independente e asseguramos que nenhum integrante da BSD mantém contratos de consultoria ou outros vínculos comerciais com a KPMG. A BSD Consulting é licenciada pela AccountAbility como provedor de garantia (AA1000 Licensed Assurance Provider), sob o registro 000-33.
Nossa Competência
A BSD Consulting é uma empresa especializada em sustentabilidade. Os trabalhos foram conduzidos por uma equipe de profissionais experientes e capacitados em processos de verificação externa.
Responsabilidades da KPMG no Brasil e da BSD
A elaboração do Relatório de Sustentabilidade, bem como a definição de seu conteúdo é de responsabilidade da KPMG no Brasil. A avaliação do relatório com base nos princípios da AA1000AS e a leitura de aderência GRI G4 foram objeto de trabalho da BSD.
Escopo e Limitações
O escopo de nossos trabalhos inclui as informações da versão completa do Relatório de Sustentabilidade 2014 da KPMG no Brasil, no período coberto pelo relatório (de 1º de outubro de 2013 a 30 de setembro de 2014 (apresentado como 2014), sendo os dados do DVA e Emissões totais (toneladas de CO2e/ano) referentes ao período de 01 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2014). O processo de verificação independente foi conduzido de acordo com o padrão AA1000AS 2008 (AA1000 Assurance Standard 2008), na condição de verificação do Tipo 1, proporcionando um nível moderado de assurance. Os objetivos da Declaração de Garantia são de informar às partes interessadas as conclusões da BSD sobre o processo que abrange a avaliação da aderência do relatório e do seu processo de elaboração aos três princípios: Inclusão, Materialidade e Capacidade de Resposta. A verificação de dados financeiros não foi objeto dos trabalhos da BSD Consulting.
Metodologia
Os procedimentos desenvolvidos durante os trabalhos e a abordagem de verificação do processo AA1000AS incluem:
- Avaliação do conteúdo do Relatório de Sustentabilidade de 2014;
- Entendimento do fluxo dos processos de obtenção e geração das informações para o Relatório de Sustentabilidade;
- Pesquisa de informações públicas sobre o setor e a companhia (imprensa, sites e bases legais);
- Entrevistas com gestores de áreaschave em relação à relevância das informações para o relato e gestão da sustentabilidade;
- Entrevistas presenciais com sócios da empresa;
- Quando relevante, verificação de informações sobre o desempenho de sustentabilidade com o entendimento do corpo diretivo da empresa;
- Revisão das evidências dos indicadores selecionados para verificação e das consultas a stakeholders externos à distância, quando existentes;
- Análise da relevância das informações do Relatório de Sustentabilidade do ponto de vista de públicos externos;
- Com base em testes amostrais, confirmação de informações do Relatório de Sustentabilidade com documentação-suporte, relatórios gerenciais, controles internos e correspondências oficiais.
Principais Conclusões sobre a Aderência aos Princípios AA1000AS 2008
1. Inclusão – aborda a participação de stakeholders no desenvolvimento de um processo de gestão de sustentabilidade transparente e estratégico.
- A consulta a stakeholders externos da KPMG foi realizada de forma indireta, ou seja, foram utilizadas ferramentas e canais de comunicação que a empresa possui com seus públicos de relacionamento. Não foi realizada uma consulta direta a stakeholders externos em 2014 para o processo de materialidade, porém foi apresentado no relatório o compromisso de novas consultas a públicos externos para o processo de relato no ciclo de 2015.
- A área de Cidadania Corporativa realizou uma atividade de consulta interna, através de um workshop de kick-off para o processo de relato em 2014. A consulta obteve participação das áreas responsáveis pela coleta de indicadores GRI.
- A KPMG International está difundindo entre as firmas-membro, o resgate e reafirmação do Propósito KPMG (Inspire Confidence Empower Change). Desta forma, a KPMG International conduziu o processo por meio de entrevistas com stakeholders, estudos sobre a marca, materiais de treinamento, pesquisas de satisfação e resgate do histórico da empresa e de seus fundadores. Os inputs deste processo foram considerados na revisão do processo de materialidade no ciclo de 2014.
- O processo de revisão do Relatório de Sustentabilidade pelo Comitê Executivo foi mantido. O conhecimento sobre o relatório e o conceito de sustentabilidade para a KPMG ainda pode ser aprofundado em todos os níveis hierárquicos, incluindo tanto a equipe técnica como a administrativa.
- Foi realizado em 2014 um treinamento (e-learning), desenvolvido em parceria com a ONG Akatu e a área de Cidadania Corporativa sobre conceitos de sustentabilidade. O e-learning foi disseminado através de campanha interna para os funcionários da KPMG no Brasil. Há oportunidade de aprimoramento na disseminação do tema de sustentabilidade através do desenvolvimento de treinamentos estratégicos, relacionados aos impactos de sustentabilidade e ao negócio da empresa.
2. Materialidade (ou Relevância) – assuntos necessários para que os stakeholders tomem conclusões sobre o desempenho econômico, social e ambiental da organização.
- Em 2014, foi realizado um processo de revisão da materialidade da KPMG. Foram analisadas opiniões de stakeholders através de documentos, incluindo insumos de canais de diálogo da empresa, consulta setoriais de informações de sustentabilidade, além de uma pesquisa de benchmarking. Como resultado, os quatro macro-temas materiais foram mantidos e um desdobramento em temas materiais específicos foi realizado, a fim de trazer maior clareza da abrangência destes assuntos macro. Os temas materiais específicos foram posteriormente cruzados com os aspectos GRI G4.
- Os macro-temas materiais são os mesmos dos ciclos anteriores, e estão alinhados com a estratégia da KPMG. Os assuntos: “Condução dos negócios de forma ética”, “Sistemas de governança responsáveis e transparentes” e “Serviços com qualidade e total independência” mantiveram seus processos específicos e consolidados, com o objetivo de garantir o cumprimento de políticas, códigos e treinamentos específicos, em linha com as diretrizes da KPMG International e dos órgãos reguladores.
- Uma evolução do relatório da KPMG, perante as tendências de mercado em processos de relato e foco estratégico de sustentabilidade, foi a apresentação dos temas materiais relacionados aos capitais do framework de Relato Integrado (IIRC - International Integrated Reporting Council). Há oportunidade de aprofundar a aplicação do framework, além do cruzamento dos capitais com os aspectos materiais da GRI G4, atentando-se para a clareza da relação de cada um dos temas e sub-temas, e seus respectivos impactos positivos e negativos.
- Houve um processo inicial de mapeamento dos impactos relacionados aos macro-temas materiais da KPMG que foram brevemente apresentados ao longo do relatório. A avaliação do limite dos impactos (dentro e/ou fora da organização) pode ser aprofundada para cada aspecto material, incluindo seus impactos positivos e negativos. A KPMG se compromete a aprofundar essa análise dos impactos nos ciclos subsequentes, a fim de atender de forma completa os novos requisitos da G4 (G4-20, G4- 21 e item “a” das formas de gestão).
3. Capacidade de Resposta – aborda as ações tomadas pela organização em decorrência de demandas específicas de stakeholders.
- A empresa mantem um canal de denúncias (hotline) ligado à KPMG International e possui um Comitê Disciplinar local, que avalia casos relacionados à questões ética ou violação do código de conduta. A existência do canal e incentivo à sua utilização é abordada no treinamento ética e anticorrupção.
- Os controles internos das informações sobre o indicador G4-SO4, referente a treinamentos nos temas anticorrupção e ética e independência, são padronizados e possuem rastreabilidade no sistema de gestão de informações da empresa. No entanto, o fluxo de informações entre as áreas responsáveis pela coleta do indicador e o ponto focal da empresa para consolidação de indicadores pode ser aprimorado para contribuir com a exatidão dos dados e o processo de consolidação final dos dados.
- Houve melhoria quanto ao princípio do equilíbrio das informações relacionadas ao tema “Bom tratamento dos funcionários” com a publicação de aspectos relevantes, incluindo o indicador de taxa de rotatividade da empresa e a não distribuição do PPL (Programa de Participação nos Lucros).
- De acordo com a verificação do processo para geração dos indicadores de desempenho de sustentabilidade, referentes 108 às informações sobre taxa de rotatividade (indicador G4-LA1), a base de informações de funcionários da empresa possui controles internos padronizados. No entanto, o processo de consolidação deste indicador pode ser aprimorado. É importante evoluir no alinhamento e formalização das premissas entre as áreas gestoras das informações e de compilação dos dados, garantindo a rastreabilidade e continuidade do processo de geração de indicadores ao longo dos ciclos.
- O indicador G4-EC3 (cobertura dos planos de pensão) possui controles sistematizados quanto à base de informações utilizadas para o cálculo. Os indicadores G4-EC4 (projetos incentivados) e G4-EC7 (serviços pro-bono) mantiveram o mesmo status de controle do ano anterior, há evidências dos projetos, porém as atividades de controle e rastreabilidade não estão definidas. Para estes indicadores, deve-se atentar para a padronização dos métodos e memória de cálculo para garantir exatidão e rastreabilidade dos dados consolidados, independente dos gestores responsáveis pela informação.
- A KPMG está se estruturando para a mudança de sede na cidade de São Paulo. Os profissionais que hoje ficam distribuídos em 3 prédios distintos, integrarão um endereço único. Destaca-se a decisão da empresa por um local com certificação LEED Gold (Green Building Council) para o prédio da nova sede e um processo que está em andamento para a certificação da estrutura interna do escritório, também no critério LEED. Demonstra uma preocupação da empresa com aspectos ambientais de consumo e eficiência, além de uma gestão de risco dado ao cenário de possível racionamento de energia, que pode impactar as atividades do negócio.
Considerações Finais
Destacamos os esforços aplicados pela KPMG no aprimoramento da gestão e relato de sustentabilidade com a continuidade do processo de assurance. Na visão da BSD Consulting, a KPMG possui procedimentos e práticas relacionados aos temas materiais relacionados à ética, independência, qualidade, transparência e público interno. Há oportunidades de melhoria para a empresa no aprofundamento da visão da empresa sobre os impactos de sustentabilidade relacionados aos temas e sub-temas materiais, como forma de evolução para aderência às diretrizes GRI G4. Ressaltamos a importância de aprimoramento dos processos internos de controle, coleta e consolidação de dados para o relatório de sustentabilidade, garantindo a continuidade e assertividade no monitoramento de informações.
São Paulo, 11 de fevereiro de 2014.
BSD Consulting - Brasil